Opinião Lélio Lourenço: "A caminho da pobreza e da irrelevância"
"Segundo os últimos dados oficiais do Eurostat, em finais de 2021 Portugal registou um PIB per capita, em paridades de poder de compra, de 74% da média da UE, portanto, uma percentagem inferior às alcançadas sucessivamente em 2012, 2013, 2014 e 2015"
|21 Maio 2022 18:29
O orçamento de Estado para 2022 continua a ser um caminho para o empobrecimento do Pais, com uma boa dose de austeridade e com as mesmas receitas de sempre, sendo de assinalar agora esta obsessão pelo défice, que vende um milagre cor-de-rosa que não existe. Da esquerda à direita, repetiram-se as críticas à proposta de Orçamento do Estado apresentada no Parlamento e que antecipam um desfecho já esperado: o PS deverá por aprová-lo sozinho, apenas na companhia dos seus 120 deputados. O orçamento não responde ao principal desafio do país: o crescimento económico (ou melhor a falta dele).
O Governo continua a recusar que o crescimento económico em Portugal é o principal problema estrutural do Pais e este Orçamento trará como consequência um empobrecimento e uma perda de competitividade de Portugal relativamente aos outros países europeus que se vem acentuando nos últimos anos. O Orçamento do Estado repete as mesmas fórmulas e não é expectável que conduza a resultados diferentes e assim Portugal continuará a ser atirado cada vez mais para a cauda da Europa continuando a bater recordes de carga fiscal. Sim, trata-se de uma verdadeira asfixia fiscal sem qualquer contrapartida na qualidade dos serviços públicos que são colocados á disposição das pessoas. Da Saúde á Educação, da Segurança Social à Justiça demonstrem-nos onde é que estão as melhorias no dia-a-dia dos cidadãos. Experimentem renovar o cartão de cidadão ou a carta de condução para termos a verdadeira noção da degradação dos serviços públicos essenciais. Tentem agendar um exame da especialidade num Hospital do Serviço Nacional de Saúde e todos percebem ao que me refiro. A imensa carga fiscal que se abate sobre os cidadãos contribuintes não tem qualquer correspondência com aquilo que o Estado coloca ao serviço dos Portugueses levando a que muitos recorram a serviços alternativos no privado, desde a saúde á educação passando por muitos outros serviços. Segundo os últimos dados oficiais do Eurostat, em finais de 2021 Portugal registou um PIB per capita, em paridades de poder de compra, de 74% da média da UE, portanto, uma percentagem inferior às alcançadas sucessivamente em 2012, 2013, 2014 e 2015, todas no último governo do PSD/CDS-PP. Neste momento, Portugal é o 7º país mais pobre da União Europeia. Nos últimos anos fomos ultrapassados por Malta, Républica Checa, Eslovénia, Lituánia e no ano passado pela Hungria e Polónia. É antecipável que a breve trecho sejamos ainda suplantados pela Roménia que, recorde-se, em 2002, era simplesmente o país mais pobre da UE. E não nos iludamos, a culpa do estado a que chegamos não é da pandemia do Covid 19, das alterações climáticas ou da recente guerra da Ucrânia; a culpa é mesmo dos governos socialistas que nos governam há 19 anos dos últimos 25 !! |
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