Parque de pesados não é atrativo: Camionistas roubam sossego a moradores do Carregado
A distância a que fica o parque TIR leva a algum comodismo o que na prática significa que o problema está longe de ser resolvido
|15 Jun 2021 11:37
Sílvia Carvalho d'Almeida Foi apresentada uma queixa na GNR de Alenquer por estacionamento impróprio de camiões TIR na rua que vai da Cruz Vermelha à EBI na Barrada, no Carregado. Para os motoristas, que estacionavam previamente num terreno e que o viram interdito pelo seu dono, foi criado um parque TIR pela Câmara Municipal junto à Casa da Moeda, mas ao que consta continuam a ocupar uma via da referida estrada, tendo os moradores da zona que entrar em sentido contrário para se deslocarem.
Mauro Pinheiro tem uma empresa ligada à gestão de condomínios pelo que fala em nome de vários moradores. Foi ele que fez a queixa na GNR, e diz-nos que "os proprietários dos apartamentos que se situam nas redondezas andam desesperados porque não conseguem descansar" com o barulho que os pesados fazem, muitas vezes a altas horas da madrugada. "Eles saem de casa para trabalha, por vezes às duas ou três da manhã e põem os carros a ‘encher o ar’ e aquilo é uma barulheira muito complicada para quem tem de dormir para no outro dia ir trabalhar. As pessoas não conseguem desfrutar do seu momento de descanso." E isto acontece "todos os dias". Refere que a GNR tem autuado vários motoristas, mas que a situação continua a ocorrer. A Câmara Municipal de Alenquer já colocou blocos de cimento para impedir que isto aconteça, mesmo assim há locais onde os camionistas encontram espaço para estacionar. Os moradores já tentaram conversar com os motoristas, e pedir satisfações, pelo que até já houve "alguns confrontos". Mauro Pinheiro diz que "esta situação não pode continuar”. “Percebo que alguns morem perto, pelo que não querem deslocar-se a pé desde o parque TIR até casa, mas não podem continuar com este estacionamento impróprio na via pública". Conta-nos que enviou também uma queixa para a junta de freguesia do Carregado, que o informou de que este assunto teria que ser tratado com a Câmara Municipal. Contactada a autarquia, o que espera agora é que esta resolva a situação. Fernando Mendes é morador da zona há cerca de cinco anos, e diz-nos que a situação "não é nova", que acontece pelo menos desde que foi criado o parque TIR, há cerca de um ano". Esta é uma situação que o incomoda pois para além do barulho, os moradores têm que entrar em contramão para retirar os seus carros. Conta-nos que a GNR "passa e nunca toma nenhuma medida, exceto quando se faz uma queixa", e que quando os motoristas são abordados por causa desta problemática, “as pessoas são insultadas”. Para Fernando Mendes, a solução passa por sinalizar melhor a área, colocando um sinal de proibição de estacionamento para pesados, uma melhor delimitação do espaço, e a colocação de mais blocos de cimento, bem como mais policiamento no local. Contactámos o Comandante da GNR de Alenquer, Marco Pinheiro, que nos explica que da parte da GNR "tudo está a ser feito" para que este problema não persista. "Da nossa parte o que podemos fazer é receber as queixas e autuar os condutores de pesados. Mais, do que isto, apenas as entidades competentes." Segundo o Presidente da Câmara de Alenquer, Pedro Folgado, a autarquia tem feito tudo para que isto não aconteça, desde colocar sinalização vertical a blocos de cimento, e "investiu um montante considerável para que os camionistas tenham lugar para estacionar", com a construção do parque TIR. Na sua opinião o que se passa é que como "bons portugueses, gostamos de levar o carro, neste caso, camiões até ao local em que moramos, e neste caso isso não pode ocorrer. Os motoristas têm onde estacionar. Eu estou do lado da população nesta situação, isto não pode ocorrer". No entanto diz que agora a situação é da competência da GNR, que deve sempre "multar estes cidadãos que estão em contraordenação, tal como se de um veículo ligeiro se tratasse". O Valor Local contactou a GNR a solicitar dados quanto ao número de coimas aplicadas no último ano, mas ainda não recebemos resposta. Deixe a sua Opinião sobre este Artigo
|
|
Leia também
Eis que nascem como cogumelos... os parques solares na regiãoVão passar a fazer parte da paisagem da nossa região. Assim como o Oeste é dominado por eólicas, o Ribatejo, com Azambuja à cabeça, e o município oestino de Alenquer vão liderar este processo. Salvaterra de Magos é uma espécie de concelho piloto para o que podemos esperar, embora os parques já existentes não se comparem com os que estão previstos para a margem direita do Tejo
|
De Azambuja, a Benavente, de Vila Franca a Alenquer e só para dar este exemplo, as queixas dos utentes dos centros e extensões de saúde repetem-se: é cada vez mais difícil arranjar uma consulta. O quadro foi piorado com a pandemia, mas há situações que já vêm de trás
|
Os promotores do parque fotovoltaico na Torre Bela definem a passagem de linhas de muito alta tensão do projeto por cima da aldeia, que convive há décadas com este tipo de realidade e não quer ser sobrecarregada. Segundo os moradores, cerca de 25 pessoas da aldeia, com menos de 60 anos morreram de cancro nos últimos 15 a 20 anos
|
Vertical Divider
|
Notícias Mais Populares
Junta de Azambuja não contrata artistas antitaurinos para as festas Escola Grandella em Tagarro é um estorvo para empresa que a ocupa à borla desde 2008 Arruda dos Vinhos: André Rijo recandidata-se pelo PS e quer apostar no Ambiente População de Alverca começa a arregaçar as mangas contra o Aterro de Mato da Cruz Carlos Coutinho: Concelho de Benavente não tem “escravatura” asiática no seu território |