Partido Chega visita Centro Saúde de Azambuja, a unidade de uma médica só
Por estes dias, a UCSP de Azambuja é um enorme elefante branco. Deputado vai levar caso ao ministro e exige nem que seja médicos do Exército face à calamidade que se vive neste concelho
|29 Out 2022 17:08
Sílvia Agostinho Uma delegação do Chega esteve esta segunda-feira, 24 de outubro, de visita ao Centro de Saúde de Azambuja. O deputado Pedro Frazão, o presidente da distrital Pedro Pessanha, a vereadora Inês Louro acompanhados de vários elementos locais do partido e Armando Martins do Movimento Cívico pela Saúde em Azambuja testemunharam in loco a escassez de recursos humanos. “Estou a dar o meu melhor. Fiz um juramento e não baixo os braços”, refere logo ao início a diretora da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) e única médica ao serviço, Raquel Caetano, para além de um médico de recurso. 88 por cento da população do concelho de Azambuja não tem médico de família.
A visita ao interior das instalações principia. As administrativas vão dando as boas-vindas, mas praticamente não há vivalma. Nem médicos a dar consultas, nem doentes a serem consultados. O centro de saúde de Azambuja é por estes dias um enorme elefante branco. Nos vários corredores, quase que se pode ouvir o silêncio. O deputado do Chega vai comentando e elogiando a qualidade das instalações e dos equipamentos. Uma pena que permaneçam sem uso, vão dizendo os visitantes. Numa das alas, é mostrada uma sala de reuniões. O ar condicionado das excelentes instalações está avariado já vai para anos. Os profissionais trazem os seus pequenos aquecedores de casa para, nesta altura do ano, fazerem face à agressividade das condições climatéricas. Na sala de reuniões estava um desses aparelhos. Raquel Caetano comenta que o pior é quando se tem de consultar bebés – “Não percebemos se choram porque está frio, ou por causa de algum problema de saúde”, enfatiza para demonstrar que não é possível consultar bebés em condições extremas de temperatura, seja de verão, seja no inverno. A diretora da UCSP deixou a emoção falar – “Temos feito de tudo para conseguir que venham mais médicos. Queremos que a população se una em função desta causa. Tenho pedido ajuda e feito um esforço pessoal”. A pirâmide etária dos 21 mil 400 habitantes não é muito elevada, mas daqui a 10 anos pode complicar-se. A diretora refere que já houve cinco médicos alocados ao centro de saúde, um deles na extensão de Aveiras de Cima. – “Foi o máximo que tivemos!”. Para satisfazer as necessidades deveriam ser pelo menos 12. O número de enfermeiros é 12, e neste aspeto “a situação está colmatada, bem como a nível administrativo”. Armando Martins junta que “desde que está cá a doutora Raquel já se conseguiu colocar em funcionamento as casas de banho porque antes estavam algumas delas avariadas”. No fim da visita, Pedro Frazão reconheceu “as excelentes condições físicas do edifício, bem como da sala de esterilização, do autoclave, da sala de obstetrícia e de todo o circuito implementado para a vacinação da Covid-19”, mas lamentou “a falta de capital humano no que respeita à falta de médicos”. Considerou ainda preocupante o facto de o ar condicionado não estar a trabalhar, nem ter sido ainda alocada uma central telefónica. O deputado promete levar o caso de Azambuja junto do ministro da Saúde na discussão do Orçamento de Estado. “Uma mudança de paradigma é o que o Serviço Nacional de Saúde necessita”, refere. No curto prazo, o deputado vê como uma das saídas a contratação de médicos das forças armadas, “que podem ser enviadas para cenários como este que é de calamidade, porque um centro de saúde onde não há médicos encontra-se nesse ponto de situação”. Inês Louro sublinhou a necessidade deste tema continuar na ordem do dia, “porque temos sido das forças políticas que mais se tem debatido por este tema no concelho, de que é exemplo o regulamento de incentivos aos médicos, onde tivemos um papel ativo, ao contrário da senhora vereadora do pelouro que só sabe chamar os outros de ignorantes”. “Vivemos um tempo de morte lenta na Saúde, porque há munícipes que não conseguem resolver os seus problemas a nível privado. Há pessoas que estão a sofrer muitíssimo com esta preocupação constante”. |
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