Várias dezenas de crianças e adolescentes, mas também adultos escolheram fazer da patinagem no Sport Alenquer e Benfica um novo hobby de fim de tarde. O Valor Local esteve no ringue de patinagem, onde miúdos muito novos mostram patinar como gente grande. É o caso de Sara Teles, de 14 anos, que adora a modalidade: “Sempre me interessei pela patinagem, mas como não havia em Alenquer fui para o hóquei, assim que soube da nova modalidade inscrevi-me, e vim logo para cá”. No caso de Catarina Pereira, 13 anos, refere que a patinagem foi o único desporto pelo qual ganhou “um grande amor”. “É outra adrenalina!”.
Também os pais estão satisfeitos com as performances dos pequenos atletas. “Passado um mês vi logo a evolução do meu filho que começou aqui com quatro anos”, refere Rute Baptista. “Tenho duas filhas com quatro e com sete anos, vieram aprender a patinar, estão federadas”. Este desporto não é propriamente barato, dado que cada par de patins custa 250 euros. “No meu caso faço um esforço redobrado porque participam em competições fora”, diz Isabel Santos.
O desafio de implantar a patinagem em Alenquer foi lançado pela Associação de Patinagem de Lisboa a Pedro Baptista, professor da modalidade, e o balanço supera desde já as expetativas, com alguns dos praticantes a participarem desde já em competições fora de portas. Os mais novos integram provas de perícia, em percursos com obstáculos, bem como provas de velocidade pura, tal e qual como na patinagem no gelo, mas com patins em linha.
Pedro Baptista reflete que Alenquer é uma terra de hóquei em patins, mas que só agora começa a despontar a nível da patinagem – “Temos muitos alunos que vêm aperfeiçoar a suas aptidões na patinagem de lazer; outros com o objetivo de competirem, mas também pais que trazem os filhos”. “E tudo começou na brincadeira”, enfatiza. Cerca de 30 pessoas são alunas de Pedro Batista, dos quatro aos 40 anos.
Os que hoje representam as cores do clube em competições não esperavam chegar a esse patamar algum dia. Os resultados do clube de Alenquer são médios, “apenas nos escalões mais novos conseguimos melhores resultados”. O professor Pedro Batista tem galvanizado os alunos nesse sentido, e ele próprio é também um competidor, participou inclusivamente nas 40 Horas de Le Mans a patinar na estrada, no ano passado. Pela primeira vez Portugal participou nesta prova.
No entanto, Pedro Baptista refere que no início da modalidade em Alenquer, a cobrança de taxas de utilização do pavilhão às coletividades se constituiu como um entrave, mas conseguiu-se chegar a “um meio-termo”. “Decidiram implementar um valor, mas em conversa com o vereador conseguimos chegar a um acordo”. Esse valor segundo o que pudemos apurar ronda atualmente os sete euros e cinco cêntimos por hora. “Tem havido boa vontade, pois quando há competições o pavilhão é apenas emprestado. Originalmente esse valor era de 25 euros por hora”, refere, recordando que quando a modalidade começou no clube “era impossível comportar aquele valor” tendo em conta que só havia 12 atletas. “O próprio hóquei desistiu de jogar neste pavilhão, mas agora parece que vai voltar”.
Rute Baptista e Isabel Santos contam que quando a Câmara decidiu aumentar os valores das taxas, ainda no anterior mandato, acordaram em contribuir com mais 10 euros na prestação mensal ao clube, que ainda se mantem apesar de a Câmara ter baixado essa taxa entretanto, mas Pedro Baptista refere que o clube decidiu manter o valor tendo em conta os custos com as deslocações a competições fora de portas.
No caso desta coletividade, o vereador com o pelouro do Desporto Rui Costa refere que a secção de patinagem do Sport Alenquer e Benfica é a que paga uma das taxas mais baixas no cômputo geral das coletividades. No novo regulamento, as IPSS’s, juntas e escolas estão isentas no período entre as 9 e as 17 horas, as coletividades contam ainda com 50 por cento de desconto nos clubes com componente de prática desportiva e 75 por cento com formação desportiva.
Entre as críticas às condições do pavilhão, destaque para o facto de o telhado não se apresentar nas melhores condições, dando azo a que chova dentro das instalações, mas a Câmara refere que em breve vai tentar resolver a situação, através de uma empresa especializada.
Sílvia Agostinho
02-03-2015
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