Paulo Beja, uma voz incontornável no mundo da Tauromaquia
Programa “Alma do Fado” e “20 Minutos Taurinos” aos sábados e domingos na Rádio Valor Local
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| 30 Jan 2021 20:42
Sílvia Carvalho d'Almeida Foi no circo que começou. Recorda que ainda jovem se voluntariava para ajudar no que podia sempre que chegava à feira. Ajudava a cuidar dos animais e a montar as tendas. Com o tempo “ganhou o jeito” nas lides, e convidaram-no a ficar. Numa época em que nem sempre se tinha dinheiro para comprar um bilhete, poder assistir ao espetáculo era um luxo. A sua personagem preferida era o palhaço. “A magia da transformação do palhaço, do antes e depois era o que eu mais gostava de ver.” Conheceu grandes figuras da arte circense, tais como Carlitos Júnior, Luís e Victor Hugo Cardinalli. Muitos deles tornaram-se seus amigos e assim permanecem até aos dias de hoje.
Mas o circo não era a sua única paixão. Proveniente de uma família com tradição tauromáquica, (é bisneto de forcados) não é de espantar que os touros fizessem parte da sua vida e que a determinada altura decidisse ser toureiro. Tal não veio a ocorrer, mas o gosto pela tourada ficou. Quando iniciou a sua carreira na área da comunicação social, foi como crítico tauromáquico, na rádio Ateneu, ainda nos anos 90. Depois passou entre outras pelas rádios Ribatejo, Renascença, Antena1, Marinhais, e Popular FM. O meio rádio sempre o fascinou, pelo facto de ser ficar a conhecer uma “pessoa de forma subtil” apenas através da voz. Quando tentamos fazer um paralelismo entre o circo e a tourada, diz que o único ponto em comum é o amor e respeito para com os animais. Conta-nos que ao longo da sua já tão extensa carreira, teve a oportunidade de entrevistar os melhores toureiros a nível nacional, tais como Armando Soares, Victor Mendes, e Pedrito de Portugal, e a nível internacional, nomes como José Tomás e Diego Ventura, entre outros. O que contribuiu também para a sua extensa rede de contactos na tauromaquia, foi o facto de ter trabalhado num negócio de família, a leitaria Jockey, em Vila Franca de Xira. Esta era um ponto de encontro de aficionados, na qual era frequente fazer tertúlias sobre o tema. Um dos visitantes mais famosos, era o toureiro Mário Coelho, que tinha o hábito de lá comprar o pão, e era amigo íntimo da família. O negócio fechou, e para além de boas recordações deixou todo um espólio de artigos dedicados ao tema, que Paulo não esconde que gostaria de ver expostos num museu. Explicar o seu amor por esta arte não é fácil. “É a música, as luzes, toda a beleza que existe no tourear, a arte equestre, é uma mescla de emoções.” E o que tem a dizer sobre os movimentos antitouradas, que alega que esta é uma tradição que provoca o sofrimento dos animais, responde: “Eu respeito-os. Todos os que são amigos dos animais também são meus amigos. Mas se não nos deixarem respeitar o cavalo e o touro, que é o que nós fazemos, vão acabar com duas raças especiais.” Pode ouvi-lo na sua rádio Valor Local, com a equipa de sempre, Catarina Bexiga, António Lúcio e Miguel Alvarenga todos os sábados e domingos em Alma do Fado das 21h00 às 0h00 |
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