Pecuária ilegal em Abrigada requer novo pedido de regularização mas nada mudou nos maus cheirosValinho tenta a legalização mas no terreno as mudanças necessárias não se fizeram sentir
Sílvia Agostinho
11-11-2017 às 18:23 A pecuária Valinho situada na freguesia de Abrigada, concelho de Alenquer, requereu novo pedido de regularização excecional ao abrigo do Novo Regime do Exercício da Atividade Pecuária depois de ter visto a assembleia municipal, em 2015, votar contra essa intenção da empresa, responsável pela forte carga poluidora na localidade quer através de descargas no rio de Ota quer através dos maus cheiros frequentes.
Ao que o Valor Local apurou junto do presidente da União de Freguesias de Abrigada e Cabanas de Torres, António Pires, nada de significativo se terá alterado no estado de coisas para que a empresa faça novo pedido. Os maus cheiros permanecem na intensidade do costume bem como as descargas, ou seja a empresa não se terá adequado às melhores práticas ambientais. Recorde-se que após a decisão da assembleia municipal há cerca de dois anos atrás, a Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAP-LVT) teria de tomar as providências necessárias com vista ao encerramento da fábrica o que nunca veio a acontecer apesar das tentativas dos responsáveis políticos locais. A DRAP-LVT informa a nossa redação de que em virtude do novo pedido de regularização da pecuária efetuado no dia 24 de julho de 2017 em correio registado enviado ao município de Alenquer, este “encontra-se corretamente instruído de acordo com a legislação em vigor”. O processo de regularização excecional desta empresa está de novo suspenso até que a Assembleia Municipal de Alenquer se volte a pronunciar. Desde 1993, que a freguesia de Abrigada convive paredes meias a Agropecuária Valinho com sede em Alcanede. A suinicultura apenas tem um pavilhão legalizado, os restantes três faltam legalizar. Em 2015 e na mesma altura em que a proposta da Valinho foi a assembleia municipal a agropecuária Berbelita situada na freguesia da Ventosa, mas com sede em Alcobaça, deu também início a um processo semelhante, mas a proposta de interesse público municipal foi igualmente chumbado em Assembleia Municipal de Alenquer, fazendo parar todo o processo com vista à regularização. O passo seguinte seria o do fecho da exploração mas já passou mais de um ano, e até à data continua a laborar, e a causar incómodos à população. A empresa colocou um processo contra a Câmara e Assembleia Municipal de Alenquer, e o imbróglio parece estar para durar. A Câmara Municipal de Alenquer refere à nossa reportagem que já rececionou o novo pedido de regularização da Valinho. Esses elementos foram analisados e informados, tendo sido solicitado, através de oficio, em agosto, esclarecimentos sobre o mesmo. A firma voltou a entregar, a 16 do presente mês, a resposta ao ofício de agosto, a qual se encontra em análise. Em 2015, a proposta recebeu o voto contra de 15 deputados municipais: dez do PS; quatro da CDU; um do Bloco de Esquerda; seis abstenções do PS, e oito votos a favor do PSD e do CDS-PP, e um do PS. Na altura, a vereadora do Ambiente, Dora Pereira, que no presente mandato volta a assumir o mesmo pelouro, deu conta que mesmo que a empresa remetesse pedido para a edificação de uma ETAR não o podia fazer em virtude de estar em desconformidade com o instrumento de gestão territorial em vigor, facto que em 1993 não constituiu obstáculo para a autarquia que não impediu a localização da unidade pecuária em causa naquele território. ComentáriosUma pecuária (ainda para mais de suínos, cujo cheiros são mais intensos) a cheirar bem, é uma coisa que só pode estar na fantasia de alguns. Que os cheiros podem ser minimizados podem. Mas uma pecuária sem cheiros, só aquelas que alimentam animais com recurso a alimentação liquida, onde não existe qualquer bem estar animal, e a carne deveria ter a sua comercialização proibida.
Sejam sérios e coerentes. Se não querem a pecuária, indeferiam o licenciamento. Se querem a pecuária, entendam que cheiros inconvenientes haverá sempre. Afinal estamos a falar de porcos.... Filipa S. Alenquer 13-11-2017 17:11 |
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