António José de Matos foi alvo de todas as críticas através do discurso do deputado Manuel Couceiro da Coligação Pelo Futuro da Nossa Terra, tendo como base a questão da dívida da EMIA despoletada nas últimas semanas. Matos foi acusado de se usar do cargo para promoção pública, tendo em conta interesses pessoais. Mas Couceiro começou por dedicar uma chuva de elogios a António Nobre, atualmente deputado da CDU na Assembleia Municipal, mas que à época da constituição da Empresa Municipal de Infraestruturas de Azambuja (EMIA) foi o único vereador da oposição a votar contra a transferência dos 5,6 milhões da Câmara para a EMIA referentes aos terrenos junto à estação da CP, ao contrário de Matos, na altura vereador do PSD, que se absteve. "O presidente desta assembleia municipal possui interesses espantosos e nebulosos que aos poucos têm sido levados à luz do dia, ao contrário, António Nobre. não soçobrou perante a sereia do poder e não desistiu dos interesses do concelho", referiu. 

Em resposta, António José de Matos, ripostou que "dificilmente" se poderia sentir "mais lisonjeado". O atual presidente da assembleia municipal arrancou uma gargalhada e ainda rematou - "No dia em que eu não incomodar este tipo de gente, vou-me embora!".

Em auxílio da posição do presidente da assembleia municipal, a deputada do PS, Inês Louro, confessou: "Custa-me digerir o que aqui foi dito, não percebo por que razão têm de atacar uma pessoa, ao mesmo tempo que elogiam outra e com isso denegrir a imagem do presidente da assembleia municipal", e instou a coligação a mostrar provas do alegado por Couceiro - "Deve de forma mais concreta, revelar a acusação de branqueamento de trapalhadas, falar de interesses pessoais com base em calúnias é grave. Tem de denunciar as negociatas nos órgãos próprios".

António Godinho, deputado da coligação, informou a deputada de que essas questões já seguiram para as entidades próprias. Depois Couceiro e Godinho criticaram a forma de estar do presidente da assembleia municipal, referindo que o mesmo se comporta "mais como um deputado do que outra coisa". "E quando assim for tem de vir para aqui, não pode falar da mesa da assembleia", lançaram. Já Matos, na resposta, evidenciou - "Não vou dizer mais nada, não tenho medo de nada nem de ninguém, nem me sujeito aos jogos de ninguém", e finalizou - "Aconselho os senhores a tomar xanax".

Sílvia Agostinho
27-02-2015

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