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Presidente da junta de Aveiras de Cima aponta baterias à saúde públicaAntónio Torrão lamenta a forma como as entidades de saúde estão a tratar as freguesias
Miguel António Rodrigues
30-05-2020 às 18:46 |
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António Torrão está indignado com a forma como as autoridades de saúde estão a tratar as freguesias. Em declarações ao Valor Local, o presidente da Junta de Freguesia de Aveiras de Cima, lamenta que o pequeno comércio tenha encerrado primeiro antes dos hipermercados o que originou uma crise neste setor, um pouco por todo o lado, sendo que Aveiras de Cima não foi exceção. A juntar a isso surge a falta de conhecimento sobre os casos positivos de Covid-19 nas freguesias.
“O que fizeram às juntas de freguesia foi o maior ataque após o 25 de abril", refere António Torrão que não poupa críticas às entidades de saúde pela forma como “têm tratado as juntas” e afirma que a lei de proteção de dados acaba por servir de desculpa para quase tudo. António Torrão lembra que é “inadmissível que as juntas de freguesia não possam saber onde estão as pessoas infetadas”. O autarca refere que existe uma falta por parte das autoridades e lembra que, na maioria dos casos, são as juntas que identificam as pessoas junto do tribunal ou outras entidades como a própria Direção Geral de Saúde “até porque nenhuma destas entidades possui dados dos indivíduos”, nem “o próprio posto médico”, refere António Torrão que por via da proximidade da junta e dos seus vários serviços, vai conhecendo a população da segunda maior freguesia do concelho de Azambuja. O autarca salienta, por outro lado, que a posição da DGS ao não divulgar quem são os infetados não faz sentido pois “as autarquias acabam por ser contactadas pelas próprias pessoas que estão infetadas, muitas vezes, para nos dar conhecimento ou apenas para pedir ajuda”. O presidente da Junta diz que esse contacto é importante, até porque o primeiro caso no concelho de Azambuja aconteceu em em Aveiras de Cima. A junta soube através da própria pessoa que estava infetada. Foi a partir dessa chamada que as autoridades de saúde pública do Forte da Casa, nomeadamente, a delegada de saúde foi informada, esclarece António Torrão que salienta como importante neste caso o papel do Comandante Municipal Operacional de Azambuja, criticando a lei de proteção de dados como está implantada. “Isto é uma treta, pois durante 46 anos fomos capazes de reter e tratar os dados das pessoas. A maior parte dos delegados de Saúde e daquela gente toda que temos neste pais, e toda aquela porcaria, e essa é mesmo a palavra certa, não percebem que as juntas de freguesia têm e sempre tiveram os dados das pessoas todas”, critica António Torrão, que salienta que a impossibilidade de se saber por via oficial quem são os infetados afasta muita da ajuda que essas pessoas podiam ter .“Isto está tudo louco". PUB
“Não queremos saber se é o A, B, ou o C, o que queremos é saber onde residem porque há sempre pessoas que não cumprem com o dever de confinamento sejam os infetados ou quem viva com eles”.
Ainda assim e com algumas limitações a junta vai conseguindo saber onde estão os mais necessitados, e colocando em prática algumas dos apoios necessários. A autarquia disponibilizou máscaras a algumas famílias e tem um voluntário a entregar refeições a crianças que frequentam as escolas da freguesia. A juntar a isso, a Cruz Vermelha de Aveiras de Cima está também a levar algumas refeições a pessoas já identificadas e existe, segundo António Torrão, uma boa articulação com o Centro Paroquial de Aveiras de Cima para ajudar quem está sinalizado sobretudo os mais idosos. |
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Sim, a LNPD é na verdade um atentado e logo foi verificado até por engs. de sistemas informáticos. Foi uma forma de glorificar alguns lugares em empresas civis e estatais, centralizar a informação e poder tratá-la de acordo com a conveniencia. Câmaras e Juntas de Freguesia foram e serão sempre a bandeira das populações, para quem pede e para quem dá, e nunca foram um obstáculo nem tão pouco o megafone da informação reservada. A confidencialidade pode e deve ser tratada mas sem limitações à liberdade do conhecimento e da partilha, foi isso que permitiu o mundo avançar e as tecnologias de informação necessitam de códigos abertos e informação que passou a ser um ''bem''.
Jaime Mota
Azambuja
01/06/2020 17:31
Jaime Mota
Azambuja
01/06/2020 17:31
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