Programa CED: Colónia de gatos dos Chães, Aveiras de Cima, onde não falta comida nem carinho
Um grupo de vizinhos dedica-se aos cerca de 20 gatos integrados numa colónia em cooperação com a Câmara de Azambuja
|10 Set 2022 17:40
Sílvia Agostinho Anabela Gaspar e Anabela Neves são duas das moradoras no Bairro dos Chães em Aveiras de Cima que se dedicam a manter uma colónia de felinos ao abrigo do Programa Captura, Esterilização e Devolução (CED) implementado recentemente pela Câmara de Azambuja, embora o seu trabalho de manter os bichanos errantes das redondezas já seja muito mais antigo, embora ressalvem que não se trata de uma associação, até porque um dos objetivos é também o de controlar a reprodução dentro da colónia e diminuir o número de animais vadios, e não aumentar. “Já estiveram aqui pessoas para deixar os animais o que recusámos”, refere Anabela Gaspar.
Há oito anos que começaram “a aparecer alguns gatinhos que nós fomos alimentando. Com este programa surgiu a ideia de legalizar e esterilizar os animais para que não se multipliquem tanto”. Cinco pessoas do bairro tratam dos animais fornecendo comida, e a Câmara paga os cuidados veterinários. São entre 10 a 20 gatos, quase todos esterilizados. Vão-se revezando nos cuidados aos animais e no alimento disponibilizado. “Estão sempre à espera de um arrozinho de peixe que de vez em quando trago”, conta Anabela Gaspar. Na maioria das vezes “comem ração e patezinhos com os quais ficam deliciados. Tentamos ainda ter o espaço limpo”, acrescenta Anabela Neves. Recentemente receberam da Câmara alguns abrigos em madeira para os animais se refugiarem. “Ainda não estão muito habituados, mas com o tempo vão passar a usá-los, sem dúvida”, diz Anabela Neves. A ideia no futuro, “agora que temos as coisas mais bem arranjadas neste espaço é de pedir ajuda a empresas de rações que existem aqui na zona”. Anabela Gaspar tem oito ou nove gatos em casa, mas não se farta e olha também pelos seus gatos de rua. Tem pena que “não haja mais gente com disponibilidade para este tipo de iniciativas, mas se a Câmara se aplicar a fundo nas esterilizações será mais fácil aparecerem pessoas para esta função”. Para Anabela Neves “é terapêutico tratar destes gatos porque são muito gratos, por vezes querem mais festinhas do que comida”. A colónia tem uma página no Facebook – “Os bichos comunitários dos Chães”.
Entre os gatos destacam o Panda, o Caramelo, a Bomboca, o Einstein, o Kiko, a Fénix, o Gordinho, o Pardinho Escuro entre muitos outros. São muitos os animais abandonados em Aveiras de Cima, “sendo que há quem os costume abandonar aqui o que é triste”, constatam. Programa CED já esterilizou 180 gatos assilvestrados Desde a implantação do programa CED no ano passado que já foram esterilizados e identificados eletronicamente 180 animais num total de 301 animais assilvestrados identificados no concelho de Azambuja. Segundo a vereadora com o pelouro da Saúde e Bem Estar Animal, Mara Oliveira, “tem sido feito um grande trabalho por parte da nossa veterinária municipal”, o que já permitiu legalizar 43 colónias de gatos, em que por cada uma há pelo menos uma ou duas pessoas encarregues de cuidar dos animais. As colónias estão assim distribuídas pelo concelho: Azambuja tem 17, Aveiras de Cima, 8; Aveiras de Baixo conta com seis; Vale do Paraíso e Vila Nova da Rainha com duas em cada uma das freguesias. Já em Alcoentre são três e na União de Freguesias- cinco. Aquando da implantação do programa CED, a política que a Câmara queria seguir foi fortemente criticada pela oposição, dado que o objetivo do município era canalizar todos os animais esterilizados para a associação Tico e Teco sem os devolver à rua, ao contrário da filosofia que este programa preconiza. Nesta altura e com a constituição das colónias, apenas ficam nas associações com as quais a autarquia tem protocolo, segundo a vereadora, “os que por serem jovens ou por estarem doentes não estão aptos para sobreviverem nas ruas. Nesta altura serão cerca de 83. Por vezes ficam demasiado tempo em recuperação o que faz com que se habituem à vida em associação e ao serem devolvidos à rua correm o risco de não serem aceites por outros membros da colónia”. Na sua opinião “o balanço é muito positivo, mas há muito por fazer e vamos efetuar campanhas de sensibilização para o não abandono dos animais”. |
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