ProTejo quer impedir a construção de obras “elefante branco” no Rio Tejo
O Governo anunciou um robusto plano de construção de obras tendo em vista projetos agrícolas no valor de 5,5 milhões provenientes da bazuca europeia, algo que esta associação quer combater
|18 Nov 2021 17:39
Sílvia Agostinho Na sua luta pela defesa do Rio Tejo, o movimento ProTejo continua a pugnar pela defesa dos caudais ecológicos na gestão da região hidrográfica entre Portugal e Espanha previstos na Convenção de Albufeira implementada há 23 anos. O Governo anunciou um robusto plano de construção de obras tendo em vista projetos agrícolas no valor de 5,5 milhões provenientes da bazuca europeia, algo que esta associação quer combater.
Paulo Constantino, um dos porta vozes da ProTejo, refere que contrariamente ao que é o senso comum, Espanha , no entender daquela associação, envia água em quantidade suficiente, cerca de 63 por cento destinada à produção de energia elétrica, mas como as variações são muito grandes, há repercussões negativas nos ecossistemas, deterioração das margens dos rios, e reprodução e migração de espécies piscícolas. Paulo Constantino, à Rádio Valor Local, explicou que “há dias em que o caudal chega cá quase a zero mas noutros pode alcançar até 500m3 por segundo”. Esta inconsistência prejudica o meio ambiente e a agricultura, nomeadamente, no norte do distrito de Santarém. OUÇA O ÁUDIO
O movimento vê com preocupação o denominado “Projeto Tejo” que prevê quatro novos açudes e duas novas barragens no rio desde Abrantes até Lisboa para fornecer água à agricultura intensiva da Lezíria do Tejo e Oeste, com um investimento de 4 milhões e meio de euros provenientes do Plano Recuperação e Resiliência. “Essas obras vão fragmentar por completo o Tejo e transformar o rio em charcos, próprios de lagos do Norte da Europa e não de cursos de água mediterrânicos que correm para a foz como é o nosso caso”.
Junta-se a este projeto o de um canal de transvase desde o rio Zêzere no Cabril até ao Tejo em Belver com um valor previsto de 100 milhões de euros “para resolver um problema que poderia ser ultrapassado se fossem respeitados os caudais ecológicos”. Junta-se ainda a barragem no rio Ocreza em estudo na Agência Portuguesa do Ambiente com valor estimado de 360 milhões de euros. Tudo somado dá 5 mil milhões de euros, um terço da denominada “bazuca europeia”. |
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