PSD de Alenquer tira confiança política a Nuno Henriques
Concelhia alega que eleito está a contribuir para o desbaratar financeiro da Câmara ao querer uma assessora. Presidente da Câmara explica as razões da contratação
|14 Abril 2022 11:00
Atualizada às 12:16 com declarações de Nuno Henriques Sílvia Agostinho A concelhia de Alenquer do PSD decidiu retirar a confiança política ao seu único vereador eleito no município alenquerense, Nuno Henriques. Há largos meses que o clima andava de cortar à faca entre o autarca e a estrutura social democrata local, mas a gota de água, de acordo com comunicado enviado às redações, baseou-se no facto de Nuno Henriques ter solicitado assessoria junto da Câmara ao abrigo do estatuto de oposição. A nova assessora do vereador que não possui pelouros num executivo de maioria PS, é alguém que o próprio escolheu e que não faz parte do atual quadro de colaboradores municipais.
De acordo com o comunicado do PSD de Alenquer, os militantes "não podem ficar indiferentes" e condenam de forma veemente " todo o valor que o executivo do PS já gastou em aquisição de serviços em regime de avenças desde setembro último, 155 mil 279,88 euros", a que se juntam agora os "18 mil 138, 72 euros por dois anos (cerca de 755 por mês num regime de trabalho a meio tempo em modo avença) para a nova assessora do vereador". "Os partidos políticos só são respeitados se souberem dar-se ao respeito" conclui o PSD. Refere ainda o comunicado que Nuno Henriques desde que iniciou o seu mandato em 2021 que não articula as suas posições em sede de reunião de Câmara com os órgãos próprios do PSD que "não pode continuar a acordar de manhã sem saber o que é dito em seu nome nesse mesmo dia na Câmara Municipal de Alenquer." A Comissão Política Concelhia do PSD de Alenquer retira por unanimidade a confiança política ao vereador "demarcando-se formal e institucionalmente das respetivas posições políticas e decisões executivas que possa vir a tomar, deixando estas de vincularem o partido". O Valor Local tentou aprofundar o conteúdo do comunicado com o PSD de Alenquer mas não houve interesse. Já quanto a Nuno Henriques, contactado pelo Valor Local, este alega que a necessidade de existir uma assessoria aos vereadores da oposição partiu de uma questão levantada pelo vereador da CDU, Ernesto Ferreira, com a qual o mesmo concordou. Nuno Henriques apresentou a sua escolha - "Uma senhora que é coronel na reserva. Não é nenhum boy. Tem licenciatura em Economia, pós-graduação na área da Saúde para apoiar e melhorar a oposição, o executivo e, por conseguinte, a qualidade de vida de toda a população de Alenquer." Até se ofereceu para partilhar a assessora com a CDU que declinou, mas que diz "respeitar". O autarca faz um balanço "muito positivo" da sua ação como vereador e desvaloriza a retirada de confiança política. Algo que diz não entender apesar de existirem rumores há muito tempo acerca da má relação entre vereador e concelhia, referindo mesmo que esteve presente numa reunião nesta segunda-feira e que nada lhe foi anunciado no sentido do desfecho que agora se conhece. Nuno Henriques diz que com esta tomada de posição do partido vai ter mais liberdade "para fazer a melhor oposição de sempre para ganhar a Câmara nas próximas eleições", dando a conhecer que em breve vai efetuar visitas a todo o território através de uma ação designada de "Politicamente Correto". Recorde-se que apesar de a oposição ter direito a assessoria através de nomes indicados pelos eleitos mesmo que não possuam pelouros, não é regra por parte dos municípios acederem a essas pretensões. Pelo que apurámos, normalmente colaboram com os assessores da oposição, funcionários municipais incumbidos dessa tarefa para além de outras. Na área de influência do nosso jornal apenas a Câmara de Vila Franca de Xira, a de maior dimensão da região, paga este tipo de assessoria aos partidos da oposição cujos eleitos não possuem pelouros, os quais indicam normalmente pessoas da sua confiança política para estes cargos que são ocupados a tempo inteiro ou parcial. Questionámos o município sobre esta necessidade de aceder às pretensões de uma oposição sem pelouros e quando tem maioria absoluta. Pedro Folgado, presidente da Câmara, confirma que numa das últimas reuniões do executivo foi referida esta necessidade de assessoria através do vereador da CDU, Ernesto Ferreira, que também não descarta a possibilidade de apresentar igualmente alguém da sua confiança para esta função. Apenas não o fez até ao momento. Ao nosso jornal, o autarca refere que "não havia ninguém disponível entre os colaboradores do município para efetuar esse trabalho de assessoria aos eleitos da oposição". Em mandatos passados "existia um funcionário para fazer essa ponte, mas atualmente não dispomos. Aguardamos entretanto que o senhor vereador da CDU também apresente a sua proposta neste sentido, dado que foi ele o primeiro a falar do assunto". |
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