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Rui Corça: “Nunca vi a DGS admitir que se enganou quando as falhas já são muitas”Vereador do PSD na Câmara de Azambuja critica ainda o Governo e pede testes a todos os residentes em Azambuja que estejam no grupo de risco face à pandemia
Sílvia Agostinho
30-05-2020 às 18:14 |
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Para o vereador do PSD, e líder da concelhia laranja de Azambuja, Rui Corça, qualquer intenção de se efetuar um plano integrado nas empresas de Azambuja de controle da situação epidemiológica morreu à nascença durante a reunião que decorreu, no centro social e paroquial, há algumas semanas atrás, onde o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares garantiu que a situação estava dominada e que as empresas podiam continuar a trabalhar, ao mesmo tempo que negava a existência de problemas nos comboios. “A reunião foi transformada num ato de propaganda do Governo”, considera Rui Corça. Nesta altura, e depois de o primeiro ministro ter anunciado, esta sexta-feira, um novo conjunto de medidas tendo em conta o agravamento da pandemia na região de Lisboa e Vale do Tejo, o vereador continua a afirmar que o Governo persiste em descurar que diariamente trabalham nas empresas de logística do concelho 8500 pessoas vindas de toda a região.
O estado de coisas em Azambuja merece, na sua opinião, e em entrevista ao Valor Local, uma reflexão e o apuramento do que correu mal, sendo certo que ficou patente a forma como o Governo tem tratado as autarquias na gestão desta crise, com o centralismo e as elites políticas a “ligarem pouco ao que os autarcas dizem”. O PSD considera que a gestão por parte do Governo dos acontecimentos da Covid-19 tem acontecido sem um rumo predefinido, até porque muitas questões já tinham sido levantadas anteriormente e ficaram sem resposta. “Tudo aconteceu muito lentamente” e sempre “a confiar na sorte” de que talvez pudesse “não acontecer o pior”. Também a Direção Geral de Saúde (DGS) e por arrasto as entidades de saúde a nível dos organismos regionais não estão isentas de culpa e no seu entender têm mantido alguma arrogância – “Ainda não vi a DGS vir a público admitir que se enganou numa matéria ou noutra”, quando na sua opinião foram cometidos vários erros, “porque é muito fácil atirar as culpas para os outros, e não se fazer uma análise à nossa própria atuação”. Rui Corça refere que testemunhou “uma atitude de muita desenvoltura dessas entidades que garantiam que não era preciso atuar, nem fazer mais isto ou mais aquilo, e depois foi o que vimos”, e conclui – “Se tivéssemos começado a fazer há três ou quatro semanas atrás aquilo que estamos a fazer hoje possivelmente teríamos evitado certos problemas”. Apurar responsabilidades é “premente”, segundo o autarca, face ao estado de coisas. Testar todos os trabalhadores que trabalham na área industrial continua a fazer sentido na sua opinião – “Temos de ter uma palavra para com aquelas pessoas que não residindo em Azambuja, escolhem o nosso concelho para trabalhar”. Rui Corça lamenta que “o bom trabalho” feito por algumas empresas na gestão da Covid-19 não esteja a ter os resultados esperados, porque “outras empresas não se esforçam na mesma medida”, daí “fazer falta o tal plano integrado para não existirem discrepâncias, mas houve a opção de se ir empurrando com a barriga e duvido muito que a situação esteja controlada na zona industrial”. PSD insiste que Governo está a deixar concelho de Azambuja à margem das medidas face à Covid 19 Já este sábado, o PSD emitiu um comunicado a discordar da forma como o Governo encara a situação de pandemia na Área Metropolitana de Lisboa, em que deixa Azambuja fora desse plano, meramente por questões administrativas, por o concelho estar enquadrado no seio da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, quando os maiores surtos de coronavírus estão a acontecer precisamente em empresas localizadas no concelho ribatejano. PUB
Desta forma o PSD volta a exigir ao governo a criação de um plano especial para o concelho de Azambuja, "para a rede de transporte, para as empresas e para os seus milhares de trabalhadores". O PSD insiste na "generalização rápida e eficaz de testes aos trabalhadores da logística", sejam eles "permanentes ou temporários", "nacionais ou estrangeiros", "residentes no concelho ou fora dele", cuja permanência em Portugal seja "regular ou irregular." "Para além dos trabalhadores é urgente testar toda a população de risco residente no concelho de Azambuja".
Pede ainda a disponibilização de testes gratuitos, a distribuição de máscaras gratuitas, mas também medidas direcionadas a algumas falhas concretas como a "sobrelotação dos transportes", "a deficiente ou inexistente fiscalização da rede de transportes públicos", a" verificação das condições de co-habitabilidade de infetados e não infetados", e ainda "os meios humanos necessários às forças de segurança" para que possam fiscalizar eficazmente, as centenas de pessoas que devem estar em confinamento social. Evitar que a situação da pandemia continue a crescer nos distritos de Lisboa e Setúbal, e particularmente em Azambuja implica "que seja controlada a situação na placa giratória que constitui o polo logístico de Azambuja, não sendo admissível que esta fique à mercê", conclui a concelhia laranja. |
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