Rui Jardim é promessa do toureio apeado
O jovem assume-se dividido pela arte da tauromaquia e pelos bombeiros, mas vai conseguindo conciliar as paixões. Nesta entrevista ao valor Local TV, fala do passado, do presente e dos planos que tem para o futuro
Nuno F. Vicente/ Miguel A. Rodrigues
26-08-2016 às 18:32 Como qualquer outra localidade no Ribatejo, Azambuja é uma vila aficionada e onde muitos dos que nela habitam desejam uma vida no meio dos toiros. Para ajudar a cumprir esse sonho, existe em Azambuja uma escola de toureio, que faz parte da Poisada do Campino, e que conta com uma dúzia de alunos, entre os seis e os 20 anos. Um desses jovens que ambiciona ser toureiro, chama-se Rui Jardim que tem sido apontado como uma das mais jovens promessas do toureio apeado, que segundo muitos sofre uma crise de novos valores.
Quem olha para o toureiro, não imagina que há cerca de dois meses sofreu um acidente de viação que o fez passar uns tempos numa cama de hospital, mas que não foi grave, pois segundo o mesmo, passados alguns dias já estava de regresso aos treinos, pois o gosto pelo toureio é tanto que as dores passaram depressa. Esse gosto pela tauromaquia, diz-nos, foi surgindo de uma forma natural. Como azambujense tinha nos seus amigos muitos que queriam ser toureiros ou forcados; e aos acompanhar o“bichinho” foi crescendo vendo os toiros na Feira de Maio e participando em algumas atividades (vacadas), que as coletividades faziam num espaço gerido pelo seu pai. Um dia, juntou-se com dois amigos e resolveram, como ele diz, “de um momento para o outro” entrar para a escola de toureio de Azambuja. Entretanto, a escola de toureio de Azambuja sofre um interregno, mas Rui não para. Da Quinta da Fonte Pinheiro, também em Azmabuja, recebe um convite para ajudar a preparar os cavalos para tourear, ao mesmo tempo que vai para Vila Franca de Xira para a Escola de Toureio José Falcão e assim se mantém no ativo até à reabertura da escola de Azambuja. Confessa que quando enfrentou o primeiro toiro, uma rês de José Dias, em Azambuja no dia 11 de dezembro de 2011, “havia algum nervoso”. Afinal estar à frente animal de carne e osso numa praça, “não é o mesmo que enfrentar uma tourinha num salão, mas com o passar do tempo, os nervos vão desaparecendo". Já apanhou alguns sustos, e uma vez ao espetar o segundo par de bandarilhas num novilho Ortigão Costa, foi colhido, tendo perdido mesmo os sentidos, mas tudo não passou de um susto e recompôs-se para acabar de lidar o novilho. Para este jovem de 19 anos, que tem como ídolos Henrique Ponce, El Juli e Victor Mendes, os toiros preferidos para qualquer toureiro, são aqueles que se se mexem mais, até podem ter menos qualidade, “mas um toiro de qualidade, que não se mexa, não serve de nada.” Numa altura em que existe existe uma batalha que utiliza principalmente a comunicação social e as redes sociais e que opõe os anti taurinos aos taurinos, o jovem novilheiro diz que além do factor da cultura e tradição, o mundo da tauromaquia, “também gera bastantes empregos, e tem de se respeitar os gostos de cada um. Uns gostam, outros não, mas por si só o mundo da festa não vai acabar.” Para cumprir um dia o sonho de ser matador, Rui Jardim terá de ir para Espanha, onde segundo o mesmo, a tauromaquia encontra a sua plenitude, e “no final da faena se vê a verdade do toureiro.” Enquanto isso não acontece, Rui, vai ficando por Azambuja. Diz que nas últimas edições da Feira de Maio passa mais tempo dedicado à sua profissão de bombeiro do que nas largadas.
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