Santarém - Imobiliário Desce Ligeiramente em Abril
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O ano de 2021 poderá ficar na história como um ponto de viragem na forma como os portugueses vivem e se distribuem geograficamente pelo nosso país. Com o crescente foco no trabalho remoto, a absoluta necessidade de viver em áreas urbanas densamente povoadas torna-se irrelevante.
É, aliás, com base nessa abordagem que poderemos finalmente começar a reverter o êxodo rural que se verifica há décadas. Imaginar a tecnologia como grande impulsionador de um novo estilo de vida que venha a repovoar o interior do país parece ainda utópico, mas está aos poucos a acontecer. O distrito de Santarém representa neste cenário uma opção intermédia. Relativamente distante de Lisboa, beneficia atualmente de uma oportunidade de se renovar como centro urbano para o Século XXI. A pesar e muito em seu favor estão os valores médios do imobiliário, consideravelmente mais baixos que aqueles praticados em muitos outros distritos do país. Mas quão baixos mesmo? Santarém entre os distritos mais acessíveisQuem o indica é a Imovirtual, no seu habitual barómetro do imobiliário nacional ao referir que Abril de 2021 regista no distrito um valor médio de venda de €161.238. Este é apenas tangencialmente inferior ao mês de Março em que se registava um valor de €161.814, resultando numa variação de -0,4%. No período homólogo o cenário é bem mais interessante uma vez que o registo se cifra num desempenho positivo na ordem dos 5,1%. O valor médio registado em Abril de 2020 era então de €153.418. Um desempenho superior a 5% no decorrer de um único ano é seguramente notável e uma indicação de que Santarém registou, em plena pandemia, uma procura muito acima da média. Distritos do interior dão cartas É aliás no período homólogo que podemos observar uma mudança de paradigma. Alguns dos distritos do que era o habitualmente esquecido interior do país estão agora a dar prova de vida como nunca. Beja viu os valores médios de venda aumentarem na ordem dos 14,3%, passando de €123.270 para €140.873. Castelo Branco cresceu 4,9% passando de €119.823 para €125.700. Viseu, com um crescimento de 4,3% vê o valor de €163.843 passar para os €170.893. Todos estes distritos assemelham-se a Santarém pela fasquia de valores médios em que se inserem. Não são casos isolados e será ainda prematuro insinuar que esta tendência se manterá ao longo dos próximos anos, mas é sem dúvida assinalável. O imobiliário como pilar fundamental da economia Independentemente da opinião pessoal de cada um relativamente ao sector imobiliário, é inegável afirmar a sua importância na economia nacional. Com um desempenho extremamente aliciante ao longo da última década, o seu apelo em muito derivou do elevado fluxo turístico e a pressão colocada em distritos como Lisboa, Faro, Porto e Região Autónoma da Madeira. Com um valor médio de venda nacional fixado nos €352.656, será expetável que a larga maioria dos portugueses opte por distritos com valores que sejam, no mínimo, compatíveis com o rendimento médio nacional. Num ano em que quaisquer previsões seriam sempre arriscadas, aparentamos estar agora perante um novo paradigma. Se esperanças residem num retomar da atividade turística e na perspetiva do resumir de desempenho para esses distritos, parece por demais óbvio que muitos daqueles que podem optar por viver fora desses centros urbanos estão a aproveitar a oportunidade. Será apenas uma questão de tempo para confirmarmos se as cidades do futuro serão pouco mais do que centros turísticos e de negócios, com uma dispersão completamente diferente da população pelo território em comparação com a que observámos ao longo do último século. Deixe a sua Opinião sobre este Artigo
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