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Sindicato: Avipronto "queria passar pelo intervalo dos pingos da chuva" na gestão do Covid-19SINTAB diz que há mais de cinco dias que o surto estava a tomar corpo na fábrica. Empresa só decidiu agir quando os representantes dos trabalhadores chamaram a Saúde Pública
Sílvia Agostinho
02-05-2020 às 19:41 |
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O estado de espírito dos cerca de 240 trabalhadores da empresa Avipronto é de "muita preocupação" em relação ao seu futuro.
A afirmação é de Fernando Rodrigues, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura, das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB) ao Valor Local. Foi graças à intervenção do sindicato, refere o responsável sindical, que foi possível a empresa de abate e comércio de aves "tomar uma posição no sentido de tomar medidas e iniciar os testes". Fernando Rodrigues diz mesmo que havia conhecimento do surto "com bastantes infetados" desde há quatro ou cinco dias atrás mas que nada estava a ser feito. O responsável vai mais longe - "Sem dúvida nenhuma que a empresa pensando que podia passar pelo intervalo da chuva, levou este caso até onde pôde, e só depois de entrarmos em cena e de termos contactado a Saúde Pública é que decidiram fazer os testes". "Em conclusão foi tudo muito tardio. Chegou-se a este nível de contaminação porque não se estancou a situação a tempo e horas". Segundo informação que obteve junto de representante sindical que trabalha na fábrica, a Avipronto prepara-se para reabrir na segunda-feira, mediante avaliação no terreno das autoridades de saúde. A Câmara Municipal de Azambuja, ao Valor Local, falava ainda neste sábado num encerramento mais prolongado, pelo que será de esperar pelo ponto de situação na segunda-feira. Neste fim-de-semana, assegura-nos, Fernando Rodrigues, não há laboração para além daquela relacionada com a limpeza e desinfeção de toda a instalação. Segundo o coordenador sindical, uma dirigente e duas delegadas do sindicato estão entre os infetados com Covid-19 da empresa. Já quanto à acusação relacionada com a falta de material de proteção, Fernando Rodrigues tem conhecimento que a empresa foi tomando o mínimo de medidas. Quando reabrir, e se isso acontecer nesta segunda-feira, serão implementados novos horários com pausas para desinfeção total das unidades produtivas entre os turnos. Até ao momento, a empresa não está a esclarecer para além daquilo que foi enviado em comunicado há perto de 24 horas. PUB
Surtos de Covid-19 e os trabalhadores emigrantes no nosso país
Sendo este um sindicato representativo dos trabalhadores da agricultura e indústria, e conhecidos que são os muitos casos de contágio por Covid-19 entre comunidades emigrantes, que laboram naqueles setores, que vivem em casas sobrelotadas no país mas também na região, Fernando Rodrigues diz que este é um problema que tem sido denunciado neste tempo de Covid-19 - "Temos reportado à GNR, ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras". Muitos desses trabalhadores estão ainda em situação ilegal no país, e por isso são uma camada da população mais vulnerável e sem qualquer retaguarda social. "São sem dúvida os mais prejudicados, porque estão completamente ao abandono, trabalham muitas vezes sem condições nenhumas, completamente marginalizados". "Nós próprios temos de ter muita sensibilidade a abordá-los. Vivem muitas vezes em condições miseráveis, sobretudo no Alentejo". Notícias Relacionadas: Denúncias de trabalhadores deram o alerta para o surto de Covid-19 na Avipronto Vila Nova da Rainha e Azambuja unem esforços para ações de limpeza nos apeadeiros da CP (C/Víde0) Luís de Sousa preocupado com os trabalhadores da logística em Azambuja Autoridades de Saúde encerram Avipronto Avipronto não revela número de infetados com Covid-19 Exclusivo: Sete casos positivos de Covid-19 na Avipronto |
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Olá. Boa tarde!
Isto é uma vergonha para o País?
Pergunto o que faz os Inspectores Credenciados para estes casos de pouca vergonha.
Ainda no dia de hoje está acontecendo, pois a empresa nunca fechou portas, esteve sempre laborando..Não há mão pesada para esta Empresa? Pergunto! Ou somos nós cidadãos comuns "burros"?
João Alberto Martins
Bairro Madre Teresa de Calcutá-Azambuja
04/05/2020 16:16
O comunicado só peca por ser muito brando, deveria ter um tom mais cáustico, pois com a saúde não se brinca. É tempo do patronato tratar os trabalhadores com dignidade e não lixo. Esta é uma atitude miserável dum patronato ultra reaccionário e retrógrado. A luta tem que ser firme e unir os trabalhadores. A união faz a força.
José Cunha
Espinho
03/05/2020 11:41
Isto é uma vergonha para o País?
Pergunto o que faz os Inspectores Credenciados para estes casos de pouca vergonha.
Ainda no dia de hoje está acontecendo, pois a empresa nunca fechou portas, esteve sempre laborando..Não há mão pesada para esta Empresa? Pergunto! Ou somos nós cidadãos comuns "burros"?
João Alberto Martins
Bairro Madre Teresa de Calcutá-Azambuja
04/05/2020 16:16
O comunicado só peca por ser muito brando, deveria ter um tom mais cáustico, pois com a saúde não se brinca. É tempo do patronato tratar os trabalhadores com dignidade e não lixo. Esta é uma atitude miserável dum patronato ultra reaccionário e retrógrado. A luta tem que ser firme e unir os trabalhadores. A união faz a força.
José Cunha
Espinho
03/05/2020 11:41
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