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Sindicato das logísticas pede urgência à CP para alargamento do número de carruagensCESP diz que os planos de contingência estão a funcionar nas grandes logísticas de Azambuja, mas tudo pode ser deitado a perder nas deslocações onde o cenário é de sardinha em lata. CP refuta essa ideia
Sílvia Agostinho
24-04-2020 às 19:38 |
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A grande maioria dos armazéns de logística da zona industrial de Azambuja têm plano de contingência quanto ao Covid-19 e estão a cumpri-lo. A informação é do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) ao Valor Local. O maior problema, refere Ricardo Mendes, daquele sindicato afeto à CGTP, são os transportes públicos. E por isso refere ser urgente o alargamento do número de carruagens por parte da CP bem como maior número de horários.
O Valor Local contactou a empresa ferroviária para saber se estão em perspetiva estas duas possibilidades, de resto já reclamadas pelos intervenientes políticos de Azambuja, no passado sábado, em plena crise do coronavírus na Avipronto. A CP em resposta ao nosso jornal afasta o cenário "sardinha em lata" e diz que oferta de comboios urbanos e regionais da CP é 100 por cento do horário, e que os níveis de lotação das carruagens foi sempre inferior a 1/3 da capacidade total dos comboios "o que cumpriu com as determinações governamentais em vigor para esta situação" de pandemia. A empresa garante ainda que tem estado a cumprir com todas as recomendações quanto a desinfeção e limpeza dos transportes, e que está em articulação com a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED),"e por vezes também com a própria Sonae", para garantir "o melhor serviço possível para a zona industrial da Azambuja, dentro dos constrangimentos da pandemia e até ao limite da capacidade disponível". Perceção bem diferente tem o CESP: “À hora de ponta os comboios vêm completamente apinhados. Estamos a falar de centenas e centenas de pessoas que vão trabalhar para Azambuja, vindas da zona de Lisboa. Muitos horários dos comboios foram suprimidos, e as carruagens são insuficientes. Parecem sardinhas em lata”, arrisca a comparação. O sindicato refere que tem “feito uma grande pressão para que as empresas apliquem planos de contingência e na grande maioria isso tem acontecido”. O problema são as logísticas mais pequenas, como é o caso da Salvesen, onde contrariamente à informação que nos chegou, no passado domingo, não estão a ser feitos testes aos funcionários. Duas pessoas estão infetadas, e há relatos de uma terceira com sintomas. O Valor Local recebeu vários relatos de trabalhadores nesse sentido. Tentámos o contacto com a empresa várias vezes durante esta terça-feira, inclusivamente através de um número de telefone internacional, dado que o número nacional não está disponível, mas não conseguimos chegar à fala com nenhum responsável. No caso desta logística o CESP não possui representação sindical “e nesses casos é mais difícil perceber o que se está a passar”. “Mas vamos tentar atuar também nessa logística”, garante. Para já Ricardo Mendes refere que a situação esta sob controle e com as necessárias medidas de contingência a serem aplicadas na Auchan, na Pingo Doce, na Sonae, Fashion Division, DHL. Para além do equipamento de proteção é respeitado o distanciamento social. Nos espaços sociais, como refeitórios e balneários, a higienização está a ser reforçada. O álcool gel está a ser fornecido aos trabalhadores. “No início os planos de contingência estavam muito aquém e foi pela nossa pressão que se melhorou dentro dessas logísticas, embora ainda não seja a ideal”. Nas empresas de logística, em que o sindicato teve conhecimento que os planos de contingência não estavam a ser colocados em prática “essas situações foram denunciadas” junto da delegado de saúde, e Autoridade das Condições de Trabalho. O sindicato refere que vai reunir-se em breve com o ministério do Trabalho onde vão ser reportadas situações de incumprimento que chegaram ao seu conhecimento. Ricardo Mendes diz que surgiram casos isolados de coronavírus nas grandes logísticas acima mencionadas “onde todos os trabalhadores que estiveram em contacto com o infetado foram sujeitos a testes e a isolamento profilático” ao contrário do que sucedeu em empresas como a Avirpronto onde a doença escalou nas linhas de produção. “Conseguiu-se assim evitar o pior”, relata Ricardo Mendes. Contudo, esse trabalho pode ser deitado a perder com as viagens de comboio onde não é possível respeitar o distanciamento social. Só no Espadanal “que é um apeadeiro temos centenas e centenas de pessoas a entrar e a sair dos comboios”. PUB
Em reunião de Câmara desta terça-feira e em resposta ao vereador do PSD, Rui Corça, sobre o acompanhamento que o município está a efetuar junto das empresas de logística no âmbito do Covid-19, Luís de Sousa presidente da autarquia, informou que está a articular com o CODIS "forma de conseguirmos entrar nestas empresas, embora a delegada de saúde tenha a última palavra". Na crise da Avipronto a delegada de saúde foi acusada de ter pecado por falta de intervenção. Teve de ser a Câmara e a junta de Azambuja a recorrer ao coordenador Covid para a região de Lisboa e Vale do Tejo que culminou no encerramento da empresa onde 40 pessoas deram positivo no teste ao Covid-19. Luís de Sousa reforçou ainda durante a reunião do executivo que já deu conta da necessidade de mais carruagens nas viagens da CP junto do Governo.
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