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Trabalhadores da Impormol desesperam por soluções
O novo plenário de trabalhadores está marcado para o dia 26 de abril 
Sílvia Agostinho
22-04-2016 às 16:58
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À medida que os dias passam, cresce o sentimento de expetativa e de frustração entre os trabalhadores da Fraenthal Automotive, fábrica de molas mais conhecida por Impormol, no concelho de Azambuja. Há trabalhadores que não estão a aguentar a pressão, e sem saber o que vão fazer às suas vidas, tendo em conta que muitos deles sempre sempre ali trabalharam.

A fábrica de produção de molas para o setor automóvel deixa 180 trabalhadores no desemprego. A comissão de trabalhadores recusa-se a falar em encerramento, e enquanto as autarquias de Azambuja e do Cartaxo têm andado numa roda-viva de contactos ora com a administração da empresa, ora com trabalhadores, e até com o Governo, os trabalhadores continuam de pedra e cal à porta da Frauenthal.
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O Valor Local esteve nas instalações. Depois de uma primeira tentativa frustrada para que a empresa em Portugal respondesse às nossas questões, o Valor Local contactou o gabinete de relações públicas da empresa na Áustria, que redirecionou as nossas questões para Azambuja na pessoa do diretor da empresa em Portugal Walter Manns que assegura estar disponível para que a fábrica continue a produção caso apareça alguma saída. “Estamos abertos para todos os lados e nãos fechamos para uma solução que apareça”. O responsável diz continuar à procura de luz ao fundo do túnel para a Frauenthal, sendo que o fim de contrato de fornecimento a um dos principais clientes está na origem do encerramento da fábrica. Quanto ao que se pode seguir depois do fim deste mês, o diretor repete o que tem sido dito aos trabalhadores. “Dado que estamos à procura de uma solução, o que quer que se siga depois de abril não é possível prever”.

 

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“A empresa quer enlouquecer-nos”

Uma vida inteira ao serviço da empresa e de um dia para o outro tudo acaba. O Valor Local falou com alguns dos trabalhadores da Impormol, na área que se situa fora dos portões por imposição da direção que não permite a entrada de jornalistas. O futuro é uma incógnita. A fábrica viveu sucessivos períodos de lay-off, um despedimento coletivo de 27 pessoas  em dezembro, mas sempre houve esperança de que ainda era possível dar a volta.

“A empresa continua tão só a falar de dispensa de trabalhadores”, refere Fernando Pina do sindicato e da comissão de trabalhadores. Sobre a compra da totalidade das ações a um fundo, a comissão não tem mais informações do que aquelas que já existem. A dúvida paira no ar, e a empresa continua a alimentar a incerteza. “Apenas queremos que a produção seja retomada, se vai haver ou não despedimentos é especulação. A empresa apenas nos diz que está à espera de mais indicações além fronteiras”.

Nas redes sociais e em outros fóruns circula a informação de que aquilo que a empresa pretende é fazer uma espécie de reset de forma a despedir alguns trabalhadores para depois ressurgir, eliminando automaticamente a antiguidade dos que podem vir a continuar, com o objetivo de assim começar a pagar menos, já que a Impormol sempre teve a fama de praticar salários acima da média. “Isso não passa de um boato. Essa realidade já se passou noutras empresas, mas não adianta nada especularmos”.

Vasco Ruivo há 38 anos que está na Impormol, e diz que já se habituou aos períodos conturbados da empresa, até porque acabaram por aparecer investidores. Não nega que a Frauenthal sempre praticou bons salários, mas a produtividade também não fica atrás. Em cinco anos teve registou um aumento de quatro por cento. Todos os trabalhadores com quem falámos são unânimes na forma como se expressam em relação ao quanto têm dado à fábrica ao longo dos anos. “Entrei para aqui com 23 anos, tenho quase 61, passei aqui a minha vida inteira quando isto era apenas uma chafarica”, refere Vasco Ruivo, e deixa o apelo – “Somos uma empresa certificada, com trabalhadores altamente qualificados, e que está preparada para tudo o que os investidores quiserem fazer com ela”.

Belmiro Melo, também do concelho do Cartaxo, veio para a Impormol há 25 anos atrás. “É triste o que estamos a viver, porque sempre demos tudo do bom e do melhor por esta empresa, e não merecemos a forma como estamos a ser tratados, depois de tanto suor para que a Frauenthal fosse para a frente. Já me custou muito o despedimento de 27 colegas em dezembro, e agora estamos a viver a mesma coisa. Há muitas famílias que dependem desta fábrica. Não é só o ordenado, é a nossa vida.” O trabalhador não compreende de todo o que se está a passar, até porque havia uma encomenda de 11 mil toneladas. “Não nos dizem nada neste momento. No dia um de abril disseram-nos que estava tudo bem com os contratos, e no dia sete chega uma carta a pedir a suspensão”. Por tudo isto não tem dúvidas em considerar – “Querem-nos enlouquecer. Isto não se faz a quem trabalhou aqui uma vida inteira”.

Francisco Torres, de Azambuja, há 28 anos que trabalha na Impormol. Foi quase o primeiro emprego e na altura veio ganhar 27 contos e 500, o que já era um bom, ordenado. “Simplesmente chegaram ao pé de nós no outro dia, e disseram: ‘Parem a produção que isto vai fechar’”, atesta. O trabalhador vai mais longe nas críticas à Frauenthal: “Só quiseram vir para cá para vender os nossos contratos, desfazerem-se dos nossos postos de trabalho, até ficarmos apenas com dois tipos de molas, penso que a da Mercedes que é a que está agora em causa deve ter sido bem vendida”. Toda a política da empresa concorre na opinião do trabalhador no sentido de “se livrarem da fábrica”, até quem sabe “porque se calhar acham que somos bem pagos demais, pode ser uma hipótese”, deixa no ar.

José Bexiga, também de Azambuja, trabalha na fábrica há 15 anos e corrobora “o aumento da produtividade na empresa, pois mesmo nas horas das refeições rendíamo-nos uns aos outros, isto para que se pudesse satisfazer as encomendas dos nossos clientes. Ninguém percebe o que aconteceu”.

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