Um dia na Central Termoelétrica do Ribatejo…
A crise veio alterar um pouco do que estava inicialmente idealizado para esta estrutura que domina a paisagem onde o Oeste acaba e o Ribatejo começa. Sílvia Agostinho 22-09-2015 às 17:30 Foi um grupo de reformados da EDP que abriu as portas, no dia 12 de setembro, aos inscritos no Programa Ciência Viva para uma visita guiada pelas instalações da Central Termoelétrica do Ribatejo, paredes meias com a sua irmã, a entretanto desativada central do Carregado. A crise veio alterar um pouco do que estava inicialmente idealizado para esta estrutura que domina a paisagem onde o Oeste acaba e o Ribatejo começa. Hoje, a REN acaba por comprar poucas vezes energia produzida através deste complexo, optando antes pelas mais baratas e alternativas eólicas e hídricas.
Luís Gois, chefe de turno, enfatizou isso mesmo – “A equipa inicialmente (a central entrou em funcionamento em finais de 2003, ainda na sua fase experimental) era constituída por quatro elementos, mas como a evolução não foi a esperada o pessoal foi reduzido a três. Temos de nos desdobrar”. No total, trabalham 39 pessoas na central. Apesar de ter sido idealizada para um nível de desenvolvimento que o país acabou por não atingir, nomeadamente com o adiar do projeto do TGV, “a construção desta central foi oportuna, porque não convém depender apenas de um ou dois tipos de energia”. Atualmente, o país possui os mesmos consumos de há 10 anos atrás. Esta central é constituída por três grupos baseados na tecnologia de ciclo combinado que utiliza gás natural como combustível, considerado menos poluente que o carvão, embora este último “seja mais procurado, apesar dos impactes ambientais, mas como é mais barato”, referiu o chefe de turno. A visita guiada pelo espaço através dos reformados da empresa deu a conhecer todas as fases do funcionamento da central, basicamente o trabalho da turbina a gás combinado com o da turbina a vapor que acopladas no veio alternador produzem a energia elétrica. Podiam estar em casa mas preferem prestar serviço público na EDP
Normalmente são 4, mas no dia da reportagem do Valor Local eram apenas três. Henrique Pinto, José Monraia e Alberto Pires sempre trabalharam toda a vida na empresa, em vários pontos do país. Agora, depois de reformados, a EDP fez-lhes o convite para promoverem visitas guiadas à Central do Ribatejo junto das escolas, e de outros grupos. Para Henrique Pinto, natural de Vila Nova de Gaia, esta função encarna o espírito de serviço público que se tem vindo a perder. Começou a trabalhar na EDP em 1957 na Barragem de Picote. Tinha 18 anos. Veio para o Carregado em 1971, trabalhar na central entretanto desativada. Na altura, o nome EDP não existia. Chamava-se CPE, resultante de várias fusões. Depois do 25 de abril é que surgiu a EDP. Ser chamado para a atual tarefa “foi muito agradável”. Desde 1957, altura em que começou, o país e o mundo conheceram uma impressionante revolução tecnológica, e para si o fenómeno tem sido surpreendente, “mas fomos nos adaptando porque já sabíamos da existência das centrais a gás, e das termoelétricas convencionais noutros países”. Alberto Pires, oriundo de Chaves, entrou na empresa em 1960. Trabalhou ao serviço da mesma em Miranda do Douro e mais tarde veio para o Carregado. “Quando comecei tinha 19 anos, sentia-me um homem realizado com o emprego conseguido, porque a empresa era boa, tinha dirigentes de alto nível que sabiam acarinhar os trabalhadores, e por isso fui um homem feliz na Hidroelétrica do Douro”. Conta que não havia mais gente na Central do Ribatejo disponível para fazer as visitas guiadas, tendo em conta que apenas 39 pessoas trabalham na mesma. “Resolvemos dar uma mão, porque o diretor é uma excelente pessoa e estamos a fazer este trabalho na minha opinião com muita categoria”. José Monraia, de Elvas, é o mais novo, e reformou-se da empresa há dois anos. Mora no Carregado há 30 anos, e já passou pela junta de freguesia local e pelas coletividades, e por isso diz que também sabe o que é prestar “serviço público”. Começou na EDP em 1973, e foi desde serralheiro a operador de bloco, passando por assistente de condução de centrais térmicas. “Com muito gosto aceitei este convite para fazer as visitas guiadas”, e diz na central não ter saudades dos tempos desativada, até porque o mundo avança e agora é dos jovens. Todos concordam que a EDP continua a ser “uma das mais fiáveis e das melhores para se trabalhar no país”, mesmo apesar da mudança de mãos para investidores chineses. |
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