Virologista Paulo Paixão não defende terceira dose da vacina para já
Sars-Cov-2 deu origem a pandemia em que novas conclusões e desafios são apresentados todos os dias à comunidade científica.
|03 Ago 2021 12:28
Sílvia Agostinho/Sílvia Carvalho d'Almeida Um ano e meio depois do início da pandemia de Covid-19, que abalou as estruturas políticas e económicas nacionais e internacionais, ao dia do hoje, quase 1 milhão de portugueses já passou pela doença. Segundo os dados mais atuais foram contabilizados desde o início da pandemia 972 mil casos, que resultaram em 17 mil 378 mortes, enquanto 905 mil recuperaram da doença. O Valor Local ouviu neste ponto da pandemia e da denominada 4ª vaga, o virologista Paulo Paixão, também presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia.
O especialista não esconde que a comunidade científica portuguesa esperava uma baixa de casos com mais pessoas vacinadas e o aumento das temperaturas, dado que “todos os vírus são sazonais” o que acabou por “não se verificar” pelo menos para a variante Delta, que é para si, o cerne da questão neste momento. Em Portugal, tal como noutros países europeus, a tendência é de subida do número de casas. No entanto, para o virologista, a situação seria sem dúvida mais grave, se não houvesse vacinação, porque “dessa forma em cerca de 3000 casos teríamos dezenas de mortes”. As mutações, no início da pandemia, não eram de todo expectáveis, no entanto “neste momento temos conhecimento para perceber que este vírus age desta maneira, com todas as variantes que têm surgido”. Paulo Paixão reconhece que não existem termos de comparação deste vírus com outros, pelo que o Sars-Cov- 2 acaba por ser um desafio inédito para a comunidade científica, à exceção do vírus da gripe que também sofre mutações, mas que acaba por não ter a mesma carga letal. Paulo Paixão especifica que “a taxa de mutação bem como a variação genética é superior no vírus da gripe relativamente ao Sars- Cov-2.” O que os distingue são as consequências das mutações genéticas no vírus da gripe que “não são tão grandes como as que este vírus está a ter.” Este vírus, é sobretudo atípico, “com um comportamento diferente do que aquele a que estávamos habituados”. Paulo Paixão rejeita ainda a suposição de que o Sars- Cov-2 tenha sido criado em laboratório e que seja algum tipo de arma biológica, porque nenhum virologista poderia prever que este vírus tivesse este comportamento em humanos. No entanto, não descarta a ideia de que possa ter havido uma fuga acidental do laboratório em Huan que trabalha com coronavírus. Sobre o número de tomas da vacina adequado numa altura em que a Pfizer e a Astrazeneca baixaram a eficácia face à variante Delta estando agora nos 87 por cento e nos 76 por cento respetivamente, diz que ainda é cedo para se falar numa terceira dose. “pois primeiro temos que vacinar toda a gente com as doses já disponíveis”, e depois porque “só faz sentido em pessoas com determinados problemas de saúde graves, tais como transplantados nos quais a resposta imunitária é fraca”. “Neste momento estarmos a falar disso é um disparate, pois temos que resolver primeiramente o problema de base, que é o de todos estarmos vacinados e haver a imunidade de grupo”. Para além disto, “ao avançar-se para a terceira dose, vamos protelar a vacinação dos mais novos, e com isso continuar a alavancar o números de infetados”. No entanto prevê, que à semelhança da gripe, tenhamos que ser vacinados periodicamente, contra as mutações que possam surgir e não para completar um esquema vacinal. Conclui, o virologista, que com a chegada do outono, com o regresso às aulas, possa haver um “conflito de forças”, no qual por um lado temos mais vacinados, mas por outro o vírus pode surgir em grande com o afrouxamento do distanciamento social, e também com o baixar de temperaturas. Deixe a sua Opinião sobre este Artigo
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